quarta-feira, 28 de maio de 2008

Continuação da história A outra

Sem saber o que fazer continuou olhando o cardápio só que agora estava com o tal tampando o rosto. Quando tirou viu que eles estavam separados apenas por uma mesa. A surpresa não parou ai, na mesa que estava ele e sua esposa havia também uma linda menina de cabelos claros e olhos azuis lembrava-se muito a um anjinho. “Uma filha? Não, no mínimo uma afilhada ou coisa do tipo, se ele tivesse uma filha ele tinha me falado, isso não é um detalhe que se passa despercebido” ela pensou, mas logo ouviu saindo da boca daquele anjinho a palavra papai, será que ouvira bem? Começou a ficar palida, várias coisas rodavam em sua cabeça ao mesmo tempo, seu pai percebendo aquilo perguntou se ela estava bem e desviando do olhar dele disse que sim, temendo que esses mesmos olhos paternos pudessem enxergar a sua alma, desvendando assim o seu maior segredo. Levantou-se rápido foi ao banheiro na intenção de lavar seu rosto, mal conseguia se olhar no espelho, jogou um pouco de água na face, não secou podia sentir algumas gotas rolando pelo tal.. a sensação era horrível, começou a se sentir a pessoa mais egoísta do mundo, por ter levado aquilo por meses apenas por seu próprio deleite, aquela criança mudara tudo, e começou a achar que era por isso que o homem de seus desejos tinha deixado de lado esse detalhe. Quando ia jogando mais água na face ouviu o ranger da porta era sinal de que alguém estava entrando, poderia ser qualquer pessoa, tantas estavam naquele restaurante mas não, era o anjinho pela qual ela não sabia da existência e a esposa, a sua vontade era de sair correndo do banheiro, não só do banheiro mas daquele restaurante e também de si mesma. Mas não podia fazer nada daquilo, tentou respirar fundo eram só elas três no banheiro, continuou jogando água no rosto, quando a tal esposa se aproxima dela e pergunta? “-está tudo bem?” esse era um dos momentos que ela odiara o fato de tudo que sentira automaticamente poder ser percebido através de seu rosto. Tinha a opção de não responder, a única impressão que aquela pobre mulher ia ter dela era de uma menina mal educada, mas isso soaria bem melhor do que saber que aquela dormia com seu marido. Então deixou as palavras saírem de sua boca, disse que não estava se sentindo muito bem, mas que já estava passando, a esposa toda prestativa insiste e pergunta se ela tem certeza ela balançando a cabeça diz que sim. Nesse exato momento a criança apareceu com aquele sorriso inocente que tem o poder de iluminar a maior escuridão e pergunta: “qual é o seu nome?” Ela se abaixa, fica da estatura da menina e diz, “Maria Eduarda e o seu?” -“Mariana, e você quer ser minha amiga? “ antes mesmo dela responder a mãe diz: “ não liga, a Mariana é assim mesmo, quando ela vai com a cara da pessoa ela já quer fazer amizade, desculpe!” Eduarda diz: “ que isso, ela é uma fofa, não precisa pedir desculpa!” As duas sorriem e na cabeça de Duda fica batendo aquela pergunta. E se ela soubesse o que eu faço? Ficam em silencio esse que é logo quebrado por Mariana chamando a mãe dizendo que o pai estava sozinho na mesa, se antes ela tinha alguma duvida ou quisesse se enganar que tinha ouvido a palavra pai por engano devido a distancia das meses nesse exato momento tudo se confirmava. Elas se despediram e foram embora.. Duda voltou para sua mesa, comeu pouco e não via a hora de ir embora, mas o tempo não corria ao contrario ele se rastejava, durante este passou tudo como um filme em sua cabeça, onde os protagonistas eram ela, o homem de cabelos grisalhos e o seu desejo, só que de ultima hora o filme perdeu o rumo e entra no enredo a esposa e a filha, essas que fazem ela repensar no que estava fazendo. Não queria estragar aquela família, não queria ser a causa de lágrimas nos olhos daquele anjinho, não ela. Voltando pra casa entra no seu quarto pega um papel, uma caneta e começa a escrever: “ Olhe para o que você tem a sua volta, para de enxergar só você e dê valor ao tesouro que tem em casa. Fica aqui um agradecimento por tudo que você me proporcionou nesses meses. Adeus! “ Fechou, colocou em um envelope e foi ao prédio onde se localizava o apartamento que eles se encontravam, pediu para o porteiro o entregar aquele envelope. Na mesma hora quebrou uma das regras, pegou seu celular e mandou um SMS para ele, dizendo que tinha deixado algo com o porteiro do prédio! Passou algumas horas e o celular começa a tocar era ele, ela não atendeu e isso se prossegui por dias e semanas até que um dia parou. Ela, enfim começou a viver a sua vida de adolescente, conheceu um menino, se apaixonou de verdade. E os desejos, vontades que tinha com aquele homem de cabelos grisalhos ficou no passado, como uma fase boa da vida dela que nunca mais ia se repetir. Mas uma duvida restou, será que agora existe uma outra no seu lugar?

20 comentários:

Mafê Probst disse...

a menina anda empolgada para escrever contos!

Anónimo disse...

Nossa que legal, adorei o fim! É uma situação que infelizmente tem se repetido bastante, e é preciso que a pessoa que se presta a este tipo de papel - ser a outra - presencie, como aconteceu com sua personagem, a existência de um núcleo familiar onde existe amor, carinho e respeito, para que a consciência fale mais alto. Parabéns viu, escreva mais desses!
Beijoss!

Kaka disse...

Tava ansiosa pra ler esse final.
Desfecho perfeito.
Acontece tanto isso por aí. Os caras pra sair da rotina, ou por falta de coragem de assumir que não dá pra levar mais o casamento fazem isso sem se importar com os sentimentos de ninguém.


beijoooo

baú de relíquias disse...

Olá menina flor!! Lindo seu blog, vc faz ótimo uso das palavras, obrigada pela visita.
Bjos coloridos p/ ti!!!

Um olhar para dentro disse...

Será? A gente nunca vai saber.. a vida é uma caixinha de surpresas... ADOREI!

Vou te add nos favoritos para voltar mais e mais vezes.

Uma linda semana...
Se tiver um tempinho, Conheça também... http://www.mentesfemininas.blogspot.com

:**********

leila saads disse...

Falta de amor e respeito por aquelas com quem ele divide sua vida. Ver outras pessoas, quando existe o consentimento do casal, tudo bem, mas não na surdina, isso é falta de cuidado com quem se ama.

Beijos!

Michele disse...

Hm, difícil saber o que se passa cabeça das pessoas! Eu poderia dizer que o tal moço caiu em si e passou a valorizar sua família, deixou os erros no passado e tudo o mais. Mas no fundo acredito que quem o faz, tem grandes possibilidades de agir dessa mesma forma outra vez. O fato de se aventurar e sair impune, garante-lhe uma certa "imunidade". Mas, enfim, cada um, cada um!

Um beijo grande, moça!

Anónimo disse...

esperava por um desfecho mais dolorido, que bom que não foi assim.
e qdo a pergunta que não quer calar, creio que possa existe outra sim; com certeza a Duda não foi a primeira, e hoje deve ter alguem ocupando o lugar ela deixou.
assim como eu não gosto que joguem sujo comigo, eu não gosto de jogar sujo com as pessoas. nem sempre é assim, porque ninguem controla sentimentos :~


beiijoo
;**

Laysla Fontes disse...

Nanita, obrigada pelas visitas ao Blog. Fico muito contente em te receber!

Quero vir aqui pra ler com calma, porque agora não dá tempo! ¬¬ Mas, virei sim! Ainda mais que os títulos dos dois últimos textos aguçaram a minha curiosidade.

Um beijo, querida. :*

Camilla disse...

Nossa, teus contos iam fazer muuuuito sucesso...Que final mais lindo!!

Eu compraria teu livro!! =)

Maldito disse...

Tu é boa nisso,...não apre,...
só organize melhor o texto, para a leitura não ficar tão massante,...
Parabens pelo blog!
Inté!

Alice Voll disse...

velho,escreva um livro!
nao posta tudo nao,pq vc sabe hj em dia com a net...
sasnainsiannsa

Camila disse...

Aaaaaaaaaaaaa adoreiiiiiiii a historia
eu queria ter uma imaginação boa desse jeito!!! =]

Anónimo disse...

Legal seu texto...fiquei lendo e doidinha p'ra saber o final, que simplismente foi muito bom ;D

Amoo o blog!

Beijokas! ;*

A. Terada disse...

aposto que tem!
hauihoauihuiahia
adorei;

beijos

Alexandre Lucio Fernandes disse...

São decisões que desestruturam um pouco o nosso emocional. Estamos sujeitos a vivencias certas experiências complicadas.
A situação da Eduarda e do rapaz nos leva a pensar sobre preceitos de bom senso, padrões éticos em respeito ao outro. Nem diria que ela fosse tão egoísta, até porque se envolveu num jogo que ele montou, e que além disso ocultou muita coisa. A existência da menina, ao saber, o coração de Eduarda rompeu. Egoísta seria ela continuar com esse relacionamento, que presumivelmente não daria em nada.
Existem momentos em nossas vidas que temos que tomar certos rumos, e cair no desconhecido, mesmo que isso signifique um pouco de sacrifício ou sofrimento.
Ela foi forte o suficiente para entender o real significado daquela ocasião. O acaso lhe mostrou e ela tomou a decisão que achou correta pra si, e isso mostra a nós que ela teve maturidade para aceitar.
Difícil? foi, mas nada na vida é tão fácil. A essência em viver está em superar obstáculos e crescer ao superá-los.

E se existisse outra?
Aí seria outra história.

Ela já tinha feito a parte dela.

Lindo conto.
Tem uma mensagem importante por trás de tudo isso.

Na escrita, teve momentos que transcorreu sem muitas pausas, um pouco acelerado e com ausência de alguns sinais gráficos. Mas nada que tire o encanto do texto, que está magnífico minha querida.

Escreves muito bem.
;)

Adorei de verdade.

Kisses****

junhoz disse...

É, gostei de tua história.
Você escreveu deum jeito legal, comecei a sentir a angústia da menina!

Muito bom ^^


E quanto ao meu texto, por enquanto aquela história era só uma situação hipotética, mas mais hora menos hora vira verdade! Pelo menos eu espero assim :D

Muito obrigada pela visita, querida,

beijo!

Aline Romero disse...

...Alguém terá coragem de fazer um anjo chorar?
Que história perfeeeita!
Adoreii! Parabens!
Simplesmente Genial!
;)

Ariana Coimbra disse...

Conto fabuloso!

Tô gostando!

Beijo*

Lígia disse...

Uau, que historia!
Li as duas de uma só vez, sem piscar...
As vezes precisamos ter atitude e desistir, mas ao final percebemos que pensamos em nós em primeiro lugar.
Muitas vezes nos iludimos vivendo sonhos que nem sempre tem finais felizes..