sexta-feira, 16 de julho de 2010

Os primeiros raios da manhã entravam pela brecha da janela. O despertador tocava. Enquanto isso ela se remexia na cama, pegava o travesseiro e colocava sobre seu rosto tentando assim quem sabe fugir da claridade, o sono ainda a puxava para mais uma ou duas horinhas. Só que o mundo lá fora a gritava, levantou-se, tomou banho e vestiu-se. Logo as lembranças do que ela queria esquecer começaram a vim como flashes na sua mente, é sempre assim - quando queremos esquecer mais lembramos - . A tal da dona angústia que dês daquele dia a seguia retornou, vontade de sumir, de abrir um zíper no corpo, trocar a capa, se re-criar, se re-fazer. Saiu de casa, e enquanto andava via a pessoas indo e vindo, cada uma com seus mundos particulares, preocupados com a hora a cumprir, com seus problemas, com seus amores e desamores. Acabara por se sentir sozinha mesmo com um milhão de pessoas ao seu redor. Ao falar, contar, compartilhar, dividir, sentiu-se falando outra língua, seria tão difícil entender o que estava se passando? Não julgou as pessoas que procuravam estender a mão, já estava acostumada e aprendera – entre tombos – que no mundo de gente grande as pessoas tem que se virar sozinhas e a tempestade que está assombrando a sua vida pode não passar de uma garoazinha para quem se encontra ao seu lado. Cada vez as pessoas estão mais fechadas em seus mundos – egoísmo?- . Os dias se passaram e a angustia continuava ali de mãos dadas com o medo e fazendo com que os olhos que antes brilhavam dessem lugar a olhos marejados. Que ela quisesse que logo após o sol mostrar seus primeiros raios, em seguida desse lugar a lua. Sentia necessidade de que os dias fossem mais curtos. Não agüentava mais brigar com seu próprio eu, estavam em conflito, enquanto uma parte queria se colocar aos prantos a outra sabia que deveria sorrir, passou a entrar no papel do senhor palhaço, que mesmo com a dor que o dilacera por dentro continua ali, de pé fazendo brotar sorriso no rosto daqueles que o assistem. Ela não era diferente de alguns seres humanos que parece que adoram apertar o botão vermelho que tem os dizeres: auto destruição. E só depois lembra que algumas coisas da vida ainda têm solução. Mesmo com os dias cinzentos no fundo ela ainda acredita que cedo ou tarde os dias vão voltar a ter cor.

17 comentários:

Carol Garcia disse...

aah ainda bem que você voltou viu,
seu texto parece relacionado ao que estou sentindo que quando entra algo em nossa mente não tem como as outras tirarem é muito difícil não adianta !
adooorei, posso ter entendido errado mais o texto e ajudou a ver que não somente eu que estou assim :D

Raymara Milhomem disse...

Tirar algo da mente é algo muito dificil, mesmo.
Amei aqui.
Tudo muito lindo, desde o bg, o 'quem sou eu' até os textos .
Estou seguindo :)

Beijos da [Filha do Meio]

Reh.invente disse...

As cores são tão simples, mas cheias de vida.
Conflitos são momentos de transições em nossas vidas.

Voltaste?
bj

gameiro_writer disse...

Gostei mais desse seu novo estilo de escrita do do anterior :D

muitoo bom mesmo :**

Alice disse...

Lindas Palavras!

Acreditar sempre, que dias coloridos virao.

Delicadissimo seu blog, adorei muito.

Te sigo.

Obrigada por passar em meu cantinho.

Te abraço com carinho.

Luana S. Santos disse...

Oi.
Obrigada por visitar o meu blog. A segunda parte está lá vio?

Nossa seu texto mostrou a realidade, as pessoas só querem saber delas mesma, e ganhar grana e gastar e ganhar ...E gastar;
Gostei quando falou do palhaço, eu poderia acrescentar que o palhaço, é uma criança grande, ele vê o mundo SEMPRE com um olhar novo, que é o que criança faz, por que ela nada conhece. E tento ser assim, o palhaço ele se renova todo dia e não se deixar cair na rotina.

Beijos adorei seu blog.

Baabu Tavolucci disse...

Começoou bem floor! quero ler muitos post seus!
beeijo

ErikaH Azzevedo disse...

E as palavras ajudam pouco a pouco a mudar a cor dos dias,qdo tudo parece que é conflito e que nós em nosso mundo parecemos estar perdidos, são elas que nos restauram e nos faz sentir num além mais.

Um ebijo e te sigo viu!

Erikah

Joyce C. disse...

As cores voltam sim.

Bonito texto! Obrigada pelo comentário.

Beijo!

Alexandre Lucio Fernandes disse...

Sempre tem solução. Mesmo que uma dor te dilacere por completo, podemos ser mais fortes. Por mais dolorido que seja a queda, somos capazes e fortes de levantar com mais forças e defesas.

Ainda dá pra acreditar sim, meu anjo. Dá para sonhar e realizar o que tanto anseiamos e desejamos. Tudo está a um passo da gente. Esse passo é a nossa vontade. Ela caminha de mãos dadas conosco. Basta querermos, basta realmente buscarmos e lutarmos para colorir novamente a paisagem do nosso quadro, da vida.

Ainda dá para curar essa dor que dilacera o palhaço.

=)


ps: O meu Deus, que alegria ler você. Quando tu deixou recado dizendo que voltou a escrever eu pulei de alegria. É uma notícia boa. Só demorei pra vir, porque ando sem tempo, e fora que preciso comentar direito seus textos. Passar direitinho o que sinto com eles. Ah, amei vir aqui novamente e topar com o seu brilho, com essa doçura. Esteja sempre viu. Te adoro muito!!

Beijos.
\o/

Thaís. disse...

Desejo companhias para emprestar lápis de cor para você pintar teus dias nem tão coloridos assim.

P.S: Andou sumida, hein? Que bom que voltou e me encontrou novamente, aqui.

Beijo, moça.

tico litlle disse...

e entao..ela viu que la embaixo, mesmo que pequeninos, havia lugares, mesmo q distantes, havia vida e pra la ela foi...bjs

Daiane Thomé disse...

Os dias são feitos de todas as cores
incluindo preto e cinza.
Mas eles está sempre em constante mudança =)
E essas cores são a minoria

Bjos loira

@febrandao disse...

Sempre com textos incríveis né, querida? :D

ó, não te preocupas. Eles sempre voltam a ser coloridos e cheios de vida...

beijão

tico litlle disse...

e eu aqui..brotando um sorriso

Viiviih M. disse...

amei o blog,seguindo...
segue?
http://viiviihmdiario.blogspot.com/
Beijoos ;*

Miro disse...

Oi... Achei massa esse texto. A frase final então, muito bom. Parabéns...