terça-feira, 23 de agosto de 2011

Fechou a porta do carro,

tinha nas mãos um de seus vinhos preferidos e duas taças. Deu boa noite ao porteiro, entrou no elevador cantando e sorrindo. Chegando ao apartamento dele pensou em tocar a campainha, mas logo lembrou de que há tempos tinha a copia da chave. Abriu à porta. O apartamento encontrava-se em um silêncio. Ele poderia estar tomando banho. Foi até o bar e de cara avistou duas taças, uma vazia e uma com um dedo de vinho, a de um dedo de vinho ainda tinha uma marca de batom bordo. Cor que ela jamais usaria simplesmente por odiar. Não ligou para os fatos. Tirou seu sobretudo, o tempo lá fora estava realmente frio. E foi caminhando até o quarto dele, a cada passo que dava, ouvia barulhos vindos de lá, chegando, avistou peças de roupas espalhadas pelo chão. Olhando pra cama lá estavam eles, como vieram ao mundo, juntos, entrelaçados, se amando. Na mesma cama onde na noite passada era ela que estava se entregando a ele. Não precisou falar nada, parecia que eles sentiram que tinha uma terceira pessoa no quarto, ele levanta olha deslocado para a porta e lá está ela, com um olhar vazio. Da boca dele saia: - “eu posso te explicar amor”. Ela não falou nada, virou as costas, pegou o vinho e desceu escadas a baixo. Logo atrás vinha ele enrolado ainda no lençol gritando: - “me escuta, eu te amo” Ela não ouvia nada, lágrimas brotavam dos olhos dela, aquele que jurava amor acabara de apunhalar o seu coração. Entrou no carro, saiu em alta velocidade, abriu o vinho e começou a beber. Os anos deles dois passavam por sua cabeça, como um filme. Então o filme foi interrompido. Depois de algumas horas um carro havia batido em um poste, esse se encontrava em alta velocidade. Dentro dele tinha uma jovem de vinte e quatro anos embriagada, do seu lado uma garrafa de vinho vazia. Ninguém soube o real motivo dela ter bebido enquanto estava ao volante. O único que sabia era o namorado de quatro anos e recém noivo a cinco meses. Este que se encontrava debruçado no caixão chorando.

22 comentários:

euretrato disse...

Triste, e como deve ser triste sofrer de arrependimento.

Beijo.

Aryanne SM disse...

Que triste...As pessoas, precisam perder para dar valor.

Laís Pâmela disse...

Tão triste, mas isso nos mostra como devemos pensar antes de praticar qualquer ato que possa machucar uma pessoa, ainda mais se for a pessoa que a gente ama.
Gostei muito, me lembrou um clipe antigo da Sandy e do Junior - "Estranho Jeito de Amar". É uma música muito linda, me lembrou muito.
Adorei.
Beijos.

Eloah disse...

É dificil entender a ambiguidade dos sentimentos.Quem não nos merece não merece a nossa dor.Vale a reflexão.Gostei do teu post. Bjs no coração Eloah

S'M disse...

Esta história faz arrepiar! infelizmente há muita probabilidade destes casos acontecerem...

oficinnacriativa disse...

dizem que a gente so da valor quando perde, isto é uma lição para aquelas pessoas que podem mudar enquanto houver tempo.
amei seu blog
e obrigada pela visita ao meu
e volte sempre :)

http://sejalivrevoe.blogspot.com/

Inercya disse...

Que história melancólica! E a gente pensa que em quatro anos pode ter confiança em alguém, né? E olha o que acontece...

ah, sobre minha foto, é mais ou menos essa intenção haha :)

um beijo :*

Juliana Skwara disse...

Nossa *_*
O que dizer do seu texto? Incrível, verdadeiro e cheio de autenticidade.
Coisas do dia a dia que infelizmente acontecem com mais frequencia do que imaginamos. Achei o forte, mas essa mesma história acontece diariamente com diferentes personagens e diferentes finais!
Parabéns pelo talentO! Ganhou mais uma fã rs
Já estou te seguindo
BEIJOS!

CDC disse...

Que lindo este conto. Mexeu comigo. =/

As vezes, quando algo muito ruim acontece, não pensamos no nosso bem-estar.. e sim, em um bem momentaneo. E assim, nossas escolhas podem fazer uma grande diferença no final.

Adorei. Beijos, CDC. =*

Paulinha Leite disse...

Que triste! O pior que acontece tanto disso hoje em dia...
A palavra amor esta banalizada e os sentimentos reais, escassos.
Um dia cheio de sorrisos largos pra vc!

αиα яαqυєl ૐ disse...

por vezes é :s tem dias, enfim...
Gostei muito do texto!

Thalita Paiva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thalita Paiva disse...

Muito bom!
SE as pessoas pensassem um pouco antes de terem certas atitudes, finais trágicos, como este; não aconteceriam!
beijinho doce

fátima pereira disse...

adoro :)

Natália Rocha disse...

Nossa! Que história triste! Profunda!
As pessoas precisam entender que não se pode brincar com os sentimentos dos outros, pois sempre traz tristes fins.


um beeijo*

Emi disse...

Canalha esse cara. Canalha mesmo! É uma pena que ela tenha tido esse fim trágico, porque com muita força de vontade talvez pudesse um dia dar a volta por cima.
Beijos!

Amanda Cristina disse...

Palavras tão bem colocadas no texto e que nos prendem, assim que começamos a lê-las!
Adorei..
Talvez se as pessoas pensassem um porquinho mais no mal que causariam às outras, ao praticarem um ato 'ilegal', essas tragédias poderiam (não se cessarem, pois é impossível), diminuir.


Beijinhos, :*
www.primeiro-livro.com

Anónimo disse...

Seguindo o blog ! Adorei (:
Beijinhos :*

http://fugaadarealidade.blogspot.com/

♥Luciana de Mira♥ disse...

Muito bom o seu conto, menina! parabens!

Unknown disse...

Um texto triste que sempre proporciona um impacto em quem lê.
Como sempre, uma ótima escrita.
Um grande beijo, ótimo final de semana!

Ana Luiza Cabral disse...

Triste. Melancolia. Mais nos prende e nos encanta. Uma ótima história e bem escrita. Lindo aqui, ta? Fico muito feliz em retribuir a visita, voltarei mais vezes. Um Beijo grande, Ana.

Lívia Gurgel disse...

Não consigo acreditar que alguém possa fazer algo assim.. Que ninguém me acorde dessa ilusão.